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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O CERRADO E SUAS VEREDAS

“Veredas são caixas d’água do Cerrado e 
precisam ser protegidas”   

Segundo Natalia Rust – bióloga e analista ambiental do Instituto Estadual de Floresta (IEF-MG) – coordenadora de unidades de conservação (UCs) e de educação ambiental do Escritório Regional do Alto Médio São Francisco em Januária, “as veredas tem o solo frágil, onde existem muitas nascentes, locais geradores de água e por isso deve existir uma política que minimize os impactos ambientais nessas regiões.  Não é necessário travar o desenvolvimento, mas a monocultura deve ser melhor pesquisada, com estudo de impacto ambiental bem feito ou, no futuro, a exploração desse solo deixará um grande passivo ambiental, como o que existe nos municípios de Bonito de Minas e Januária, onde monoculturas foram abandonadas e as terras estão descobertas. É preciso entender que,  as vezes, o Cerrado não se regenera, como o exemplo dos afluentes do rio Pandeiros e outros rios que secaram. As comunidades não têm mais acesso  à água e aos recursos extrativistas em determinada época do ano."                                                                             



 "Na Serra das Araras e, principalmente, na Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Veredas do Acari existe muito gado e realizamos a prevenção de incêndios incentivando a queima controlada. Às vezes, o fogo cresce a partir de propriedades muito pequenas. As comunidades precisam parar de queimar ou diminuir muito essa prática. No ritmo atual a reserva será toda cercada do gado será obrigatória. Os criadores entendem e estão trabalhando para não deixar o gado ir, pelo menos, até às veredas. O resultado desse trabalho só poderá ser avaliado em 2012, quando for divulgado os números de hectares (ha) queimados ou não.”

Ainda não existe uma lei específica de proteção do Cerrado, mas a responsabilidade pela preservação desse bioma é de todos os brasileiros. Por isso é importante conhecer e participar dos projetos desenvolvidos por ONG's com os programas dos governos federal, estaduais e municipais de conservação e manejo sustentável do Cerrado.



O Buriti é a palmeira símbolo do Cerrado e um indicativo infalível da existência de água, por isso, abundante nas veredas. 




Os talos e a palha de suas folhas são muito utilizados na cobertura de casas e no artesanato para a confecção esteiras e móveis. A fruta é utilizada para fabricação de doces, geleias, farinha, óleo, licor e cosméticos.




Coco de Xiriri ou Buritirana é uma palmeira também conhecida como mãe do sertão. Seu fruto é colocado na água e depois de algumas horas, solta um leite de ótima qualidade que é dado ás crianças como reforço alimentar no combate a desnutrição. De suas folhas e caule tira-se fibras e madeira de grande resistência.


A palmeira de coco babaçu é muito conhecida no sertão pelas suas inúmeras utilidades. O fruto é dotado de sementes comestíveis das quais se extrai o óleo, empregado sobretudo na alimentação, remédios e sabão, além de ser alvo de pesquisas avançadas. Da casca do coco é produzido o carvão. Da palha se cobre as casas e se estrai a fibra para o artesanato.



                                                        Sagarana - Clara Nunes


Fonte: Jornal do Mosaico - nº 05 - outubro de 2011 - Projeto de Gestão Integrada do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu. Projeto Sertão dá Flor: semeando saberes, cultivando saúde - Instituto Rosa e Sertão. Fotos de Rosana Zauli.