precisam ser protegidas”
Segundo Natalia Rust – bióloga e analista ambiental do Instituto Estadual de Floresta (IEF-MG) – coordenadora de unidades de conservação (UCs) e de educação ambiental do Escritório Regional do Alto Médio São Francisco em Januária, “as veredas tem o solo frágil, onde existem muitas nascentes, locais geradores de água e por isso deve existir uma política que minimize os impactos ambientais nessas regiões. Não é necessário travar o desenvolvimento, mas a monocultura deve ser melhor pesquisada, com estudo de impacto ambiental bem feito ou, no futuro, a exploração desse solo deixará um grande passivo ambiental, como o que existe nos municípios de Bonito de Minas e Januária, onde monoculturas foram abandonadas e as terras estão descobertas. É preciso entender que, as vezes, o Cerrado não se regenera, como o exemplo dos afluentes do rio Pandeiros e outros rios que secaram. As comunidades não têm mais acesso à água e aos recursos extrativistas em determinada época do ano."
Ainda não existe uma lei específica de proteção do Cerrado, mas a responsabilidade pela preservação desse bioma é de todos os brasileiros. Por isso é importante conhecer e participar dos projetos desenvolvidos por ONG's com os programas dos governos federal, estaduais e municipais de conservação e manejo sustentável do Cerrado.
O Buriti é a palmeira símbolo do Cerrado e um indicativo infalível da existência de água, por isso, abundante nas veredas.
Os talos e a palha de suas folhas são muito utilizados na cobertura de casas e no artesanato para a confecção esteiras e móveis. A fruta é utilizada para fabricação de doces, geleias, farinha, óleo, licor e cosméticos.
Coco de Xiriri ou Buritirana é uma palmeira também conhecida como mãe do sertão. Seu fruto é colocado na água e depois de algumas horas, solta um leite de ótima qualidade que é dado ás crianças como reforço alimentar no combate a desnutrição. De suas folhas e caule tira-se fibras e madeira de grande resistência.
A palmeira de coco babaçu é muito conhecida no sertão pelas suas inúmeras utilidades. O fruto é dotado de sementes comestíveis das quais se extrai o óleo, empregado sobretudo na alimentação, remédios e sabão, além de ser alvo de pesquisas avançadas. Da casca do coco é produzido o carvão. Da palha se cobre as casas e se estrai a fibra para o artesanato.