Páginas

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PARQUE NACIONAL GRANDE SERTÃO VEREDAS

Vista panorâmica de um dos mirantes do Parque

Sede do Ibama em Chapada Gaúcha
Localizado nos municípios de Formoso, Arinos, Chapada Gaúcha, Januária e São Francisco, no noroeste de Minas Gerais, e Cocos, no sul da Bahia, em área de 231. 000 (ha), a criação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, em 1989, teve a colaboração da organização não-governamental Fundação Pró-Natureza – FUNATURA. O nome é uma homenagem à obra prima de Guimarães Rosa, que retratou a região e sua gente de forma primorosa. Hoje, a FUNATURA administra o Parque em parceria de co-gestão com Instituto Chico Mendes. O Grande Sertão Veredas, um dos maiores parques do Cerrado, preserva um ecossistema de regiões secas do país, rico em espécies medicinais e de composição florística própria.                                                    
Vista parcial do Parque
Vista parcial do Parque
Nada menos que 623 espécies de plantas foram catalogadas no Parque.  A que melhor simboliza o Grande Sertão Veredas é o buriti, palmeira de grande ocorrência ao longo dos rios, nas chamadas veredas, espécie de oásis ou locais alagadiços, com vegetação composta por árvores pequenas e retorcidas em meio às pastagens naturais de gramíneas, cercadas por árvores de porte alto, como o barbatimão, a sucupira, o pau-terra, o jatobá e o pequizeiro.
Vereda de Buritis

Cássio Avelino do Néctar do Cerrado entre
um pé de Mangaba (lado direito) e um jovem
pé de Jatobá (lado esquerdo) no interior do Parque
Nos campos do Parque, emas e seriemas podem ser avistadas com extrema facilidade. A rara arara-canindé, que se alimenta dos frutos das palmeiras e faz seus ninhos no buritis, também aparece em quantidade considerável. E a coruja-buraqueira, os tucanos e o pica-pau do cerrado ocorrem com freqüência. Entre os mamíferos ocorrem pelo menos 56 espécies, ou seja, um terço daquelas características do Cerrado. São, por exemplo, o tatu-canastra, o veado-campeiro, o gato-palheiro e a suçuarana, todos animais ameaçados de extinção e que encontra no Grande Sertão Veredas uma certa proteção.
Plantação de Soja vizinha ao Parque
com uma Ema ao fundo
A ocupação humana da região se confunde com a do Vale do Rio São Francisco, habitada por populações pré-históricas há 11 mil anos. Depois passaram pelo local os índios caiapós e os bandeirantes. Mais recentemente, a população é pequena e esparsa, sobrevivendo à custa da agricultura de subsistência, do agroextrativismo e da criação de gado. No final dos anos 70, o local começou a sofrer pressões advindas da expansão do cultivo de soja no cerrado como mostra a foto acima tirada em fevereiro desse ano na cidade de Chapada Gaúcha-MG.

Fonte: Cerrado Vivo - Ano VIII - Nº 15 e 16 - 2011 - FUNATURA - Fundação Pró-Natureza - www.funatura.org.br . Fotos: Rosana Zauli.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A OPINIÃO PÚBLICA E A PRESERVAÇÃO DO CERRADO


“OITO EM CADA DEZ BRASILEIROS APÓIAM A 
CONSERVAÇÃO DO CERRADO”


Pesquisa nacional inédita realizada pelo IBOPE (uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América Latina) revelou que oito em cada dez brasileiro apóiam a conservação e não querem mais desmatamento sem controle no Cerrado, que ocupa um quarto de território nacional e é reconhecido como a savana mais rica em vida do planeta. Em apenas 50 anos, metade da vegetação original do Cerrado foi eliminada e há menos de 3% de sua área efetivamente protegida.



Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado são, nessa ordem, as formações naturais mais reconhecidas e consideradas as mais importantes pelos brasileiros, pela variedade de animais e plantas, tamanho, necessidade de conservação, capacidade de fornecer água e ar puro e, ainda, quanto ao seu potencial econômico. Em seguida, vêm a Caatinga (região Nordeste) e o Pampa (região Sul).

Para a pesquisa, encomendada pela ONG WWF-Brasil, foram realizadas duas mil entrevistas pessoais e individuais com brasileiros a partir de 16 anos, em 141 municípios de todas as regiões brasileiras. A margem de erro máxima sobre os resultados é de 2%, para mais ou para menos.



Fonte: www.wwfbrasil.org.br
Fotos: Rosana Zauli

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O CERRADO E SUAS VEREDAS

“Veredas são caixas d’água do Cerrado e 
precisam ser protegidas”   

Segundo Natalia Rust – bióloga e analista ambiental do Instituto Estadual de Floresta (IEF-MG) – coordenadora de unidades de conservação (UCs) e de educação ambiental do Escritório Regional do Alto Médio São Francisco em Januária, “as veredas tem o solo frágil, onde existem muitas nascentes, locais geradores de água e por isso deve existir uma política que minimize os impactos ambientais nessas regiões.  Não é necessário travar o desenvolvimento, mas a monocultura deve ser melhor pesquisada, com estudo de impacto ambiental bem feito ou, no futuro, a exploração desse solo deixará um grande passivo ambiental, como o que existe nos municípios de Bonito de Minas e Januária, onde monoculturas foram abandonadas e as terras estão descobertas. É preciso entender que,  as vezes, o Cerrado não se regenera, como o exemplo dos afluentes do rio Pandeiros e outros rios que secaram. As comunidades não têm mais acesso  à água e aos recursos extrativistas em determinada época do ano."                                                                             



 "Na Serra das Araras e, principalmente, na Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Veredas do Acari existe muito gado e realizamos a prevenção de incêndios incentivando a queima controlada. Às vezes, o fogo cresce a partir de propriedades muito pequenas. As comunidades precisam parar de queimar ou diminuir muito essa prática. No ritmo atual a reserva será toda cercada do gado será obrigatória. Os criadores entendem e estão trabalhando para não deixar o gado ir, pelo menos, até às veredas. O resultado desse trabalho só poderá ser avaliado em 2012, quando for divulgado os números de hectares (ha) queimados ou não.”

Ainda não existe uma lei específica de proteção do Cerrado, mas a responsabilidade pela preservação desse bioma é de todos os brasileiros. Por isso é importante conhecer e participar dos projetos desenvolvidos por ONG's com os programas dos governos federal, estaduais e municipais de conservação e manejo sustentável do Cerrado.



O Buriti é a palmeira símbolo do Cerrado e um indicativo infalível da existência de água, por isso, abundante nas veredas. 




Os talos e a palha de suas folhas são muito utilizados na cobertura de casas e no artesanato para a confecção esteiras e móveis. A fruta é utilizada para fabricação de doces, geleias, farinha, óleo, licor e cosméticos.




Coco de Xiriri ou Buritirana é uma palmeira também conhecida como mãe do sertão. Seu fruto é colocado na água e depois de algumas horas, solta um leite de ótima qualidade que é dado ás crianças como reforço alimentar no combate a desnutrição. De suas folhas e caule tira-se fibras e madeira de grande resistência.


A palmeira de coco babaçu é muito conhecida no sertão pelas suas inúmeras utilidades. O fruto é dotado de sementes comestíveis das quais se extrai o óleo, empregado sobretudo na alimentação, remédios e sabão, além de ser alvo de pesquisas avançadas. Da casca do coco é produzido o carvão. Da palha se cobre as casas e se estrai a fibra para o artesanato.



                                                        Sagarana - Clara Nunes


Fonte: Jornal do Mosaico - nº 05 - outubro de 2011 - Projeto de Gestão Integrada do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu. Projeto Sertão dá Flor: semeando saberes, cultivando saúde - Instituto Rosa e Sertão. Fotos de Rosana Zauli.