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sábado, 12 de março de 2011

O REI DO CERRADO

Pertencente à família Caryocaraceae, o pequi é uma espécie vegetal de grande valor econômico para o bioma do Cerrado. Nesse ambiente, é registrada a ocorrência de duas espécies: Caryocar brasiliense e Caryocar glabrum.
 


A primeira espécie ocorre com mais freqüência do centro-sul de Goiás ao Mato Grosso do Sul, as plantas atingem até seis metros de altura, têm folhas largas e frutos arredondados de até dez centímetros de diâmetro. A segunda espécie é mais freqüente na bacia do médio Rio Tocantins e na vertente oeste do Rio São Francisco (oeste da Bahia, oeste e norte de Minas Gerais). A planta é maior que a primeira espécie e os frutos também.
A florada do Rei do Cerrado acontece nos meses de outubro e novembro e a coleta dos frutos entre os meses de dezembro e fevereiro. Das chapadas nasce, cresce e frutifica, apesar da hostilidade da terra e dos homens.
É como as aves do céu, os peixes dos rios, como pastagens nativas, como todos os frutos silvestres. Não tem dono certo. Dono é quem os colheu, os caçou e pescou.  "É tempo de pequi cada um cuida de si", velho ditado sertanejo. 
Um pequizeiro pode produzir até seis mil frutos, que vão amadurecendo paulatinamente e caindo... Não se apanha o fruto do pé.
Por isso é que quando o pequi começa a soltar os frutos, os campos se povoam de mulheres, homens e crianças. O convite se espalha. Os moradores próximos do pequizeiro levantam cedo. Três, quatro horas da madrugada. Os frutos sazonados caem durante a noite.
Em ambas as espécies, a castanha é recoberta por um invólucro rico em espinhos pretos e finos. O invólucro é revestido por uma polpa amarelada (às vezes mais esbranquiçada), pastosa, farinácea, oleaginosa e rica em proteínas e vitaminas A, C e E.
Quem chega primeiro pega o maior número.
Algumas famílias, bem integradas ao ciclo do pequi, mudam-se com armas e bagagens para dentro do pequizal, improvisando moradias de palhas de pindoba, e ali, permanecem toda a safra, de dezembro a fevereiro, realizando, toda a série artesanal do pequi-colheita, venda do fruto no mercado, produção do óleo de polpa, extração da castanha para paçoca e óleo branco, fabricação de sabão - três meses de atividade, alegria e fartura. 
As populações indígenas, caboclas e sertanejas têm utilizado o pequi de diversas maneiras: produção de óleo comestível, preparo de pratos e fabricação de licores, conservas, doces, geléias e sabões.





Conheça a lenda do Pequi:  http://www.altiplano.com.br/Pequi6.html

O Pequizeiro é escolhido a árvore simbolo de Minas Gerais: http://www.altiplano.com.br/0602pequi19.html

Fonte: Frutas Nativas dos Cerrados / José Antonio da Silva et all. - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados. Brasília: EMPRAPA - CPAC, 1994.  http://www.altiplano.com.br/Pequi2.html ; http://www.biologo.com.br/plantas/cerrado/pequi.html ;            http://www.arara.fr/BBPEQUI.html ; Fotos: José Felipe Ribeiro; Fábio Marçal; Ledinha Nardelli; Fábio Soares; Paulo de Tarso.

2 comentários:

Anônimo disse...

O pequi consegue provocar uma sensação sinestésica!!...incrivel da pra sentir o cheiro!!!

Maríndia disse...

Meu pai adora fazer sucos e geléias das frutas do cerrado. Eu sou de Brasília e ouvi sua entrevista na CBN, no programa Caminhos Alternativos.